A Associação Brasileira das Instituições Comunitárias de Educação Superior (Abruc) acaba de lançar um fundo estudantil inédito no país. O Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) foi realizado por meio de um projeto piloto lançado pela 3R Investimento e com adesão da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc/RS).

O FIDC é uma alternativa ao FIES, que desde 2015 começou a registrar uma redução significativa no número de beneficiados. Além disso, em 2020 e 2021, as taxas de evasão das universidades comunitárias e particulares foram as maiores de toda a série histórica. Um cenário de alerta na educação superior do país. A taxa de evasão foi de mais de 36%. Para culminar, apenas 18% dos jovens brasileiros estão matriculados no ensino superior.

O presidente da Abruc, Claudio Alcides Jacoski, explica que as instituições passam a oferecer uma ferramenta econômica/social para o aluno ingressar num curso superior e conseguir se formar. “O financiamento estudantil é uma alavanca muito grande para o segmento. As universidades precisam de segurança ─ tanto no ingresso do aluno quanto na continuidade no curso ─ para cumprir a missão de dar a formação de nível superior. O objetivo também é descentralizar a educação para fora das grandes capitais”, explica Jacoski.

O FIDC 3R Educacional é um financiamento do mercado de capitais e não compete com as linhas de crédito dos bancos. O assessor jurídico da Abruc, Dyogo Patriota, conta que há mais de 20 anos as universidades tentavam implementar o projeto. “Com a redução do FIES, as instituições tiveram de criar programas de financiamento estudantil próprio, inclusive para reduzir a evasão dos estudantes. As instituições financeiras e outros fundos têm linhas de crédito muito pouco atrativas, seja em razão dos juros cobrados ou pelas condições exigentes para aceitar bancarizar o aluno. O FIDC foca o olhar no risco médio das instituições comunitárias de ensino superior. Para isso, foram analisadas as médias históricas de inadimplência em momentos de estresse econômico, assim como a empregabilidade dos estudantes”, diz. A previsão é de que, em breve, as instituições comunitárias também anunciem novidades sobre um novo fundo imobiliário.

O FIDC também se enquadra como Fundo Social pela categoria de ativos sociais dos Social Bond Principles, ou Fundo Verde, tornando os custos mais baixos e acessíveis aos investidores. Com isso, a aquisição de ativos favorece o acesso a serviços básicos, como educação superior, especialmente para pessoas de grupos sociais vulneráveis.